Circular No.55
São Paulo, 18 de Junho de 2020
Cara irmandade,
A Paz de Deus. Amém.
Diante da disseminação de várias espécies de vírus, principalmente a pandemia que atinge diversos países no mundo nos dias presentes, é imperativo para contenção da propagação desses, o distanciamento e o não compartilhamento de objetos entre as pessoas. O Ministério da Congregação Cristã no Brasil, considerando a forma de realização da Santa Ceia, buscou do Senhor para que revelasse um caminho para tal situação.
Na revelação de Deus, foi proposto e aprovado que podemos participar da Santa Ceia em pequenos cálices individuais, onde estaremos livres de contaminações e, o mais importante, não transgrediremos a Palavra de Deus. O cálice que o Senhor Jesus bebeu significa agonia, sofrimento intenso, tormento e morte, do qual o homem deveria beber, esse era o cálice da ira de Deus. Consistia no castigo, como punição aos que foram rebeldes, culpados e condenados à pena eterna. Portanto, esse era o cálice a que se referia o Senhor em sua oração quando disse ao Pai; “Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice…”. (Mateus 26:39)
Beber o cálice do Senhor é participar das Suas aflições, renunciar-se a si mesmo, tomar a cruz e segui-Lo. Por isso que ao instituir a Santa Ceia, tomando o cálice disse: “…este cálice é o Novo Testamento no meu sangue que é derramado por vós. ” (Lucas 22:20) A participação na Santa Ceia nos faz lembrar das aflições, dores e morte do Senhor, pois o ato do derramamento do Seu sangue na cruz até a morte era beber o cálice que a nós pertencia beber. “E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho; e todos beberam dele. ” (Marcos 14:23). No evangelho de Mateus, Jesus ordenou: “Bebei dele todos. ” (Mateus 26:27). Não ordenou que bebessem nele todos. “E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós. ” Lucas 22:17. Repartir é dividir em partes. A ordem dada pelo Senhor foi repartir e beber dele todos.
Assim, repartir e beber do conteúdo do cálice, não significa beber no cálice, mas beber do cálice. Certamente naquele tempo, dado o pequeno grupo de pessoas que viviam em grande pureza e simplicidade, não houve consideração sobre a forma de servir a todos em um só cálice, se é que assim era.
Repartir o conteúdo do cálice em pequenos cálices individuais não fere a doutrina, apenas quebra-se uma tradição a qual não sofreu alteração ao longo do tempo pelo costume adotado.
Reiteramos, portanto, que no tempo presente e, em face à pandemia, necessitamos ater-nos quanto à higiene e condições sanitárias que devem ser observadas com relação à forma de servir a Santa Ceia, não só o conteúdo do cálice, mas também quanto ao partir do pão, a fim de proteger a saúde dos participantes. Com toda certeza, não ofendemos a doutrina, apenas mudamos a nossa tradição.
Vossos irmãos em Cristo,
Conselho dos Anciães Mais Antigos do Brasil